sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Razão de viver.

Pensava em tantas coisas ao mesmo tempo, que era difícil identificar seus pensamentos e colocá-los em ordem. Eram coisas distintas que iam desde letras de músicas que passavam repetidamente por sua cabeça, até o próximo projeto de vida que havia planejado alcançar naquele ano. Uma mistura de coisas, boas e ruins, perguntas e dúvidas. Lembrava também de muitas coisas das quais sentia saudade – como as festas com os amigos e as tantas risadas que haviam dado juntos quando se reuniam nos fins de tarde para falar besteiras. Sentia saudade, mas tinha consciência de que aquele era um passado distante - e nos passados distantes não há como voltar. Era uma saudade gostosa e nostálgica que por vezes a deixava triste e por outras feliz - quando se dava conta de como aproveitou a vida, de como fez amigos e mais ainda, de como havia vivido intensamente e feito coisas que jamais imaginara - aprendendo muito em tudo o que fizera. Queria voltar no tempo só mais uma vez pra sentir o gostinho da liberdade, de sair e não ter hora pra voltar, de desaparecer por uma noite inteira sem nenhuma preocupação, nenhuma aflição, saudade. Mas sabia que agora tinha algo bem maior e valioso, uma vida que dependia dela, uma vida que era dela e que fazia parte dela. A vida que saiu de dentro dela e pra sempre seria sua razão de viver – e lutar. A vida que transformou sua vida e deu cor aos seus dias. A vida que devolveu a ela a inocência há tempos perdida - e aquela vontade infinita de sonhar acordada, como criança.

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