domingo, 29 de maio de 2011

Mais que adorar...

Vivam bons momentos, momentos agradáveis e reveladores - e estavam na perigosa fase de começar a conhecer o lado “não-tão-bom” um do outro. Eram ainda principiantes naquela relação e a cada dia aprendiam um pouco mais sobre os gostos e desgostos de cada um, tentando errar o mínimo possível, e errando às vezes sem saber. Ela sempre tão carente, sentia que muitas vezes exigia demais dele. Ele com seu jeito aparentemente frio escondia por detrás de sua passividade uma pessoa muito carinhosa. Estavam apaixonados, isso não se podia contestar, mas algumas vezes parecia faltar certo toque de delicadeza em seus gestos e palavras. Ela, com seu irremediável medo de sofrer sentia-se receosa por temor de estragar tudo como das outras vezes, e sem saber o que ele sentia, tentava imaginar e decifrar seus pensamentos. Juntos planejavam o futuro, e sentiam-se felizes quando por breves-eternos momentos podiam esquecer de tudo e fingir que o mundo era só dos dois. A garota, por vezes demasiadamente racional, por outras extremamente sonhadora, oscilava entre o mundo real e o conto de fadas – e se perguntava se aquilo poderia durar mesmo para sempre. O garoto, sempre tão certo de seus sentimentos, afirmava que ficariam “velhinhos” juntos. Nunca, até então, haviam pronunciado as palavras “eu te amo” um ao outro, mas a garota ao lembrar de uma pergunta dele a indagando: “O que é mais que adorar?”, só pôde pensar em uma única resposta: “Para mim, mais do que adorar, é amar”.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quando você, apaixonadamente se entrega a uma pessoa, a ponto de planejar uma vida ao seu lado e traçar em sua mente sonhadora um futuro junto a ela, provavelmente não leva em conta  com as intempéries que a vida pode colocar no caminho. Complicado prever, pois ali há uma entrega total, onde se pensa que se depender de você, tudo será perfeito! Doce ilusão. Conviver com alguém é bem mais complexo que isso. Mais complicado do que pode imaginar-se. Mais difícil que álgebra, mais difícil que acabar com a fome no mundo, mais difícil que andar sobre as águas, mais difícil que ressuscitar. Será que existe mesmo toda essa dificuldade, ou o problema sou eu? Penso incessantemente nisso... Acho que não vou pra frente nunca! Melhor parar por aqui, ficar sozinha. Combinação perfeita: eu, minhas neuras e minha mente confusa.

sábado, 14 de maio de 2011

Para Diego.

O que sinto por você ainda não tem nome. Descrevo como um sentimento repentino, daqueles que chegam de surpresa e nos pega desprevenidos, daqueles que mexe com todo nosso mundo e nos faz acreditar de novo em sonhos, no futuro. O que sinto por você não tem dia, não tem hora, nem lugar, apenas me invade quando te vejo, e ainda mais quando te abraço e sinto o teu calor. Este sentimento que não sei nomear é algo novo dentro de mim, que vejo florescer a cada dia, como uma flor desabrochando e ficando cada vez mais viva. O que sinto por você ainda não tem nome, mas tem cor. Não tem nome, mas tem força. Não tem nome, mas tem alegria. Difícil descrever, pois ao mesmo tempo em que tenho medo de chamar de amor, não me contento em chamar apenas de carinho!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Temores & cansaço.

Sentada confortavelmente na cadeira macia e olhando fixamente para a parede amarelada a sua frente, ela comia um chocolate, tentando adoçar a vida. Apesar de adorar chocolates, sentia que aquele descia pela garganta seco e sem sabor, diferente dos milhares de outros chocolates que comera durante toda sua vida. Mas o problema não era o chocolate – tinha consciência – era ela mesma! Sabia que as coisas não iam bem, nada bem, em diversas áreas de sua vida e pensava constantemente em tudo isso, sem cessar. Pensamentos obscuros, cheios de medo e raiva perturbavam sua mente e ela já não sabia onde começam e onde terminavam seus temores. Aquela garota, tão cansada e ofegante, cheia de cicatrizes e feridas ainda abertas deixadas de herança pelas guerras em que passou, tinha esperanças de ser feliz. Gostaria de mudar o mundo, mas como isso não era humanamente possível, mudar sua vida já seria o bastante - mas no seu caso não parecia tão simples. Pensava no quão maravilhoso seria se dependesse exclusivamente dela todas as suas escolhas, mas haviam certas coisas imutáveis, e alguns fragmentos de sua história que não podiam de forma alguma serem deixados para trás. Queria mudar de endereço, mudar de cidade sem deixar notícia, ficar distante de tudo e de todos por um bom tempo... Semanas, meses, quem sabe alguns anos longe na esperança incessante de alguma mudança ou melhoria, mas isso não podia ser feito. Assim, em mais uma manhã fria de início do outono, ela abria os olhos e se sentava na cama - fraca e cansada - sabendo que mais um dia lhe esperava sem poder ser adiado. Em mais um dia, ela resistia contra ela mesma, tentando ganhar forças para continuar sua caminhada. Mais um dia, ela lutava contra os monstros de sua mente, tentando encontrar dentro dela mesma um motivo qualquer que lhe convencesse que seria pura covardia desistir de tudo a essa altura - como se sua vida não tivesse nenhum valor.

domingo, 1 de maio de 2011

Meio cansada de tudo. De acordar, de acreditar, de tentar. Cansada de existir... É um cansaço no coração, que de tão intenso passa pelo alma e chega ao corpo. Um cansaço da rotina, das dificuldades e de não chegar lugar nenhum. Cansaço acumulado, cansaço desesperado. Um cansaço daqueles que te deixa triste, e que dá muita, muita vontade de desistir.