segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Anjos e demônios.

Tenho pensado algumas coisas, nada que faça muito sentido a primeira vista, mas talvez faça... Imagino que quando viemos ao mundo, todos somos anjos. Penso que esta é uma realidade que pode ser comprovada a partir de qualquer contato visual com um bebê ou criança, pois o que vemos ao olhar para pequenos e seres recém chegados é apenas uma inocência intocável. Acredito que ao chegar a este cenário de desgraças todos somos anjos, querubins, não aqueles com asas que aparecem em filmes, mas anjos de verdade, aqueles que são possuidores de toda a bondade, amor e todo e qualquer sentimento bom que o ser humano possa sentir. Se anjos existem, estes são os verdadeiros anjos. Sendo assim, todos nós já fomos anjos um dia. Tanto o padre, quanto o professor, e até mesmo um assassino já foram possuidores da pureza dos anjos. O que difere quem vai continuar sendo um anjo ou se transformar em um demônio, são as escolhas que fará, os conhecimentos que adquirir ou a falta deles, os caminhos, as circunstâncias, as experiências que vivenciar... Isso é triste de se imaginar, pois penso que desta forma todos poderam ser bons, e o mundo um lugar melhor, não fossem os anjos que se transformam em demônios, criando outros demônios, e assim gerando uma legião de anjos do mal e essa triste realidade em que vivemos. Sei que isso é um pouco forte, mas não é nada demais, apenas pensamentos... Pensamentos que talvez surgem para tentar explicar como posso ter chegado aonde cheguei e me tornado o que hoje sou...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Reinventar.

Todos os dias ao acordar preciso reinventar uma verdade na qual eu acredite piamente. Algo que me faça suportar mais um dia de trabalho, estudo e responsabilidades. Não é nada fácil, muito menos agradável viver dessa maneira, esperando que mais um dia chegue me rasgando ao meio, fazendo com que ao seu término eu junte todos os meus pedaços espalhados pelo chão ficando inteira para o dia seguinte. Parece que a cada novo dia que surge, vem com ele um novo peso, um fardo ainda maior, uma sensação de que nada mudou e nada irá jamais mudar, melhorar, ficar mais leve, menos dolorido. Muitas vezes me pego olhando para minha própria vida como em uma platéia, que vê tudo de fora, e me pergunto se é tão difícil mesmo ser quem sou... Aos olhos dos espectadores não acho que seja tão doloroso, mas quando me coloco novamente em meu lugar, vivenciando, sentindo e tendo que carregar as feridas e as marcas das quais carrego, parece-me que se torna um tanto insuportável. Não é fácil ter o desejo de mudar certas coisas, melhorar, viver em paz e saber que não está ao meu alcance, que não depende unicamente mim. Acredito que isso, aos poucos, essa não-capacidade de dominar a própria vida, vai caminhando a um processo de destruição ou até mesmo de autodestruição. Se por um lado sou livre para escolher e tomar minhas próprias decisões, traçando livremente o rumo de minha vida, por outro há algo que me impede, que me limita, não me deixando agir como gostaria, me mostrando todos os dias que as consequências das minhas escolhas podem ser mais duras do que as forças que tenho para enfrentá-las. Acho que já apanhei demais da vida. Me sinto imensamente cansada. Perdida como uma criança abandonada que busca o colo da mãe, e ao olhar ao redor se vê sozinha. Queria ter a certeza de que tudo isso um dia vai acabar. Queria muito ter uma esperança, alguma expectativa ou ao menos a impressão de que algo vai dar certo... Mas sinceramente, estou totalmente desacreditada de que algo bom ainda possa acontecer em minha vida.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O que vejo ao olhar no espelho.

Sou uma pessoa complexa demais e extremamente difícil de lidar, sobretudo amorosamente falando. Acho que em algum momento específico da minha vida algo saiu errado e eu aprendi também erradamente a me relacionar. Mesmo amando alguém posso ser extremamente fria quando quiser, basta um indício de ameaça para o meu recuo. Não sei exatamente se isso é bom ou ruim, pois ao mesmo tempo em que me livra de um sofrimento pela dependência do outro, acaba me impedindo de fazer muitas coisas - e me bloqueia, me retém, fazendo-me sofrer de uma forma também muito dolorosa pelo desapego. Meu orgulho é demasiadamente grande para me deixar ir atrás de alguém. Não que eu queira ser assim, simplesmente sou, me transformei... Virei esse ser incapaz de dar um passo a frente sem calcular todas as possibilidades e riscos previamente. Por isso, muitas vezes deixo de agir para não correr o risco de sofrer, ou acabo agindo da forma errada por pensar demais, o que contrasta muito bem com a minha impulsividade incontrolável que ocasionalmente me faz agir sem pensar, às vezes acertando. Um humor negro, escuro, cinzento, que vem acompanhado de alguns ataques de descontração e gargalhadas histéricas. Irritavelmente-irritável estou a maior parte do tempo, não sei controlar meus sentimentos e a montanha russa de emoções que acontecem dentro de mim. Sem querer e sem esforço algum tenho a habilidade de despertar os mais diversos sentimentos nas pessoas, do amor ao ódio. Quem gosta de mim, me ama. Quem não gosta, me odeia! Gosto de testar as pessoas para conhecê-las mais profundamente no mais íntimo do seu interior, e assim descubro até onde posso chegar com cada uma delas. Acho isso importante... Saber aonde chegar! Pessoas como eu não podem ser encontradas em qualquer esquina, e menos ainda pessoas que saibam lidar com pessoas como eu. Eu não sou fácil, mas quem disse que queria ser? O que é fácil pode ser bom a primeira vista, mas perde a graça em pouco tempo e também pode ser trocado muito facilmente. Me dá prazer em ser difícil, assim como me dá prazer o sofrimento e a luta por uma boa dificuldade que traga boas recompensas futuras.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tempo ao tempo.

"Eu sou capaz de lhe jurar neste exato momento te amar para o resto dos meus dias, com todos os seus defeitos e imperfeições minúsculas comparadas a sua perfeição que me salta aos olhos. Posso também lhe garantir que te darei meu coração por inteiro, para que me ajude a cuidar dele e curar as feridas que às vezes ainda sangram - basta você me prometer uma coisa... Para eu me entregar totalmente e lhe dar o pedaço de mim que ainda falta, você só tem que me prometer que vai ter um pouco mais de calma e dar tempo ao tempo para que tudo se acerte e coloque-se em seu devido lugar. Tempo, para que a vida possa colocar no lugar certo tudo que eu desarrumei na minha ânsia inconsequente e desesperada de buscar a felicidade no lugar errado! Eu só te peço tempo... Um pouco mais de tempo para arrumar os pedaços do passado que ainda se encontram presentes, não nos deixando livres para seguir nosso caminho, em paz".