quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre o sentimento de derrota.

Pra ser sincera, me sinto sim levemente derrotada. Eu sempre soube que nós não tínhamos futuro, mas ainda assim optei por persistir, por seguir em frente. O meu problema é que ainda não consegui perder essa mania feia de fazer apostas com a vida, teimando em desmentir as suas verdades incontestáveis. Eu sempre soube! Mas tinha esperança, expectativa, vontade de fazer acontecer. Agora cá estou, vencida, reduzida, encolhida perante os fatos que me foram esfregados na cara durante todo esse tempo. A vida bem que tentou me alertar dizendo: “Quem avisa amigo é!” mas eu não dei ouvidos, fechei os olhos e segui em marcha cega ao teu lado. Agora já passou, não dá pra voltar atrás. Sinto sono, cansaço, acho que preciso dormir. Relaxar. Me recompor. Amanhã quando acordar penso no que fazer, o que falar. Talvez eu acabe com isso de uma vez por todas. Talvez não diga nada. E aí, continuo com essa história falida e infeliz só pra provar pra mim mesma o quanto sou forte e suporto ainda receber na veia uma dose extra de dor.

sábado, 21 de agosto de 2010

Sobre os desejos proibidos.

Ainda estando de mãos atadas, não podendo sair, me mover e ir ao teu encontro, é bom saber que inda existe sintonia, que o sentimento não morreu e continua aí, quietinho, esperando o momento certo para extravasar para sempre. Me apetece correr de braços abertos em tua direção; e permanecer abraçada a ti por cinco longos minutos sentindo o bater forte do teu coração para matar a saudade do colo acolhedor que abranda todo sofrimento. Anseio permanecer de mãos pegadas às tuas e olhares entrelaçados aos os teus por uma noite inteira, para que leias no meu olhar o amor, a afeição que dorme aqui dentro pedindo para ser entregue, vivida. Os teus olhos meigos, castanhos, sinceros, não se ausentam da minha mente; emergem nos meus sonhos com finais felizes: que é onde me realizo em poder te ter, mesmo sendo por ilusão. Aspiro ternura, paixão, aspiro teu perfume que vem junto as nossas lembranças me dar agonia, alegria. Aspiro estar contigo em realidade amanhã, e depois, e por toda a breve eternidade dos que vivem e sentem um amor reprimido.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Amadurecer.

Sabe, andei pensando em alguns episódios da minha vida. Coisas que vivenciei, que foram (na época) trágicas ao extremo e me causaram um enorme sofrimento, porém, olhando deste ângulo me soam como bobagens! A gente passa pela fase da adolescência. Aquela transição chata, onde tudo é um drama mortal, e pensa que sabe o que é sofrimento quando olha no espelho e se vê com uma espinha enorme bem no meio da testa no dia da festinha da escola. Eu em particular, passei por essa fase. Me descabelava só em pensar em estragar o cabelo com um corte errado. Certa vez, fui ao cabeleireiro e pedi que me fizesse o corte “V” aquele da moda na época, que a gente via a cada três passos que dava na rua, no cabelo de todas as menininhas de 15 anos. Pois bem, o problema é que meu cabelo não ficou como o das “coleguinhas” como eu esperava e eu chorei durante uns cinco dias a fio, até que consegui raciocinar que o cabelo é uma das poucas coisas do corpo da gente corta e sempre cresce de novo. Pra mim, cada coisa que dava errado era uma tragédia grega, um desenrolar de novela mexicana daquelas bem melosas, onde a personagem principal é a vítima sofredora, coitada! Então, traumas da adolescência a parte, cheguei ao ponto onde desejava... A gente vai crescendo, aprendendo, evoluindo. Chega um dia em que compreendemos que por mais que tenhamos sofrido muito, passado por maus bocados em diversas etapas da vida, sempre vem algo ainda maior depois para nos desestruturar, tirar o chão, mas também para ensinar. Não que a ideação suicida dos 15 anos pela espinha na testa não tenha o seu valor, longe disso, acho muito importante e até indispensável passar por essa fase, afinal, é aí que começamos a aprender a lidar com o sofrimento, com a dor... Mas quando a maturidade vem, nos possibilita olhar para os problemas sem aquela distorcida lente de aumento, buscando encontrar sempre as possibilidades e não o beco sem saída. Nunca tinha prestado atenção nisso, mas através destes pensamentos, eu enxerguei o quanto evoluí, como pessoa, ser humano, mulher. Se pararmos para pensar no decorrer de toda nossa vida, quantas vezes brigamos, pensamos em desistir e até achamos que não éramos capazes de realizar algo que olhando hoje, com maturidade, experiência e calma, era apenas uma questão de pensar, planejar, ter fé e o mínimo de coragem para encarar a realidade. A vida acontece a todo o momento, não tem pause, replay ou reprise, é real e nos cobra que sejamos reais, capazes de buscar ideais e lutar por nossos sonhos. Eu descobri depois de muito tempo sem nem ao menos sentir a sua falta, que não deixo mais a menina de 15 anos dentro de mim me dominar. Ela passou. Foi bom e divertido estar com ela e essencial para minha vida tê-la conhecido. Mas hoje, ela não me serve mais como modelo; eu busco todos os dias, em todos os problemas que preciso resolver e vivenciar a mulher madura dentro de mim. A menina de 15 anos é linda, meiga e inocente e está guardada lá dentro, fechadinha e sorridente, torcendo por mim. Eu não preciso mais dela, mas a escuto me dizendo todos os dias quando acordo: agora é sua vez, VOCÊ PODE!

sábado, 14 de agosto de 2010

Sobre a importância das palavras.

Escrever. Traduzir em palavras todo um conjunto de emoções sentidas, trazidas de dentro do coração para fora, para o mundo. Escrever é sentir, é expressar o que o corpo e a alma sentem, desejam, necessitam. Quando não se pode agir, falar ou fazer algo, por algum motivo qualquer; o pensamento dá vida as palavras, que carregadas de sentimento preenchem textos cheios de vida, tristeza, solidão, lembranças. Escrever é viajar, fantasiar, esquecer por alguns minutos a dor e de forma singela, sincera, contar à gramática seus mais íntimos segredos e anseios. Escrever é esvaziar a cabeça e encher o coração de esperança, para traçar um novo recomeço após o ponto final.

Sobre sentir dor.

Às vezes sinto, com grande angústia, que dentro de mim habita um emaranhado de sentimentos indecisos, tristes, confusos. Nesses momentos é difícil, quase impossível, distinguir, desvendar o que meu coração tenta desesperadamente me dizer. É estranho pensar que por muitas vezes sou controlada por minhas emoções, quando na verdade, eu é que deveria controlá-las. Mas comigo isso não funciona! Eu sinto tudo elevado a dez. Multiplicado por cem. Somado várias e várias vezes, até chegar a um nível de dor altíssimo, difícil de suportar. Meus sentimentos me consomem por inteiro, a cada milímetro sedento de meu corpo, que não sabe pra onde correr, onde se abrigar, a quem chamar. É difícil experimentar mil coisas ao mesmo tempo, lembrar, sofrer e sentir no próprio corpo uma dor que se estende lá da alma. É doloroso sentir saudades e tentar convencer a mim mesma que vai passar. Precisar fingir que não me importo, que nem lembro, que não sinto nada. E assim, por mais um dia me obrigar a te deixar morrer de novo, mais uma vez, dentro de mim.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sobre filhos.

Eu acho lindo ter filhos. Gerá-los. Amá-los. Cuidá-los. Olhar para eles e ver que se parecem com você. Que precisam de você. Que de certa forma, mesmo que por tempo já pré-determinado, pertencem à você. É lindo saber, que você os deu a vida, que dentro de você eles cresceram e com toda sua incência e graciosidade vieram ao mundo para lhe dar a maior alegria de todas: a de olhar em seus olhos e descobrir o verdadeiro amor! É lindo ter filhos; mas não é apenas lindo. É único, é mágico, é divino.