segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A vida é muito cruel! Ela sempre vai te provar que você não é inteligente o bastante, bonita o bastante e boa o bastante no que faz e mesmo assim vai exigir que você levante da cama no dia seguinte cheia de alegria e disposição, fingindo que os problemas não existem e que tudo está bem.
As coisas vão mudar, eu sei que vão! Aos poucos, com calma, sem que ninguém perceba, sem que nem eu mesma note, as coisas vão mudar... As dores que hoje sinto vão desaparecer e tudo será mais leve, mais calmo e o que é hoje é difícil, o que hoje dói, será só lembrança, será só passado. Quando essa mudança acontecer e quando eu aprender a me amar acima de tudo, sem esperar nem amor, nem nada de ninguém e quando eu mesma me bastar, quando minha carência cessar, outros olhos irão chorar e não mais os meus.
Eu dou muito valor para as pequenas coisas. Pequenos gestos de carinho, pequenos minutos de atenção, pequenas palavras doces, pequenas atitudes que demonstram grandes sentimentos. Acredito que as palavras têm muita força, mas sem ações que comprovem sua veracidade muitas vezes não valem nada. É preciso prestar atenção aos detalhes, é preciso que o amor seja percebido nos pequenos momentos, só assim é possível que se concretize longa e verdadeiramente.
Já estou madura o suficiente para compreender que certas coisas são como são: ou você se acostuma ou sofrerá para o resto da vida. Nem tudo está sob nosso controle, nem tudo podemos mudar, nem tudo dependerá de mim, mas o que depender da minha persistência com certeza eu mudarei e para melhor.
Os dias passam devagar, às vezes com sol, às vezes com chuva e eu caminhando sem parar por uma estrada que não chega ao fim. Quando é noite e ando solitária por este caminho escuro, às vezes sinto medo e outras me encho de coragem, pois sei que estou sozinha e não posso fraquejar. Sempre espero encontrar alguém no meio do caminho, alguém que possa entender o que dizem os meus olhos amedrontados sem que eu precise falar. Alguém com um pouco de sensibilidade, que me dê a mão e diga: Vamos caminhar juntos! Mas esse alguém nunca chega... Olho para o lado e vejo minha sombra. Então penso: Não estou sozinha, eu tenho a mim mesma e preciso de mim neste momento mais do que nunca! Quando faz frio, me encolho e abraço minhas próprias pernas a fim de me aquecer e sentir meu calor, desta forma parece que estou sendo abraçada por alguém e me sinto segura. Vejo pegadas no chão, o que me remete que alguém já passou por ali e trilhou o mesmo caminho incerto e obscuro que eu, não sou a primeira e com certeza não serei a última. Penso com otimismo que talvez quando a noite acabar e um novo dia nascer, com ele venha o sol me dando novas forças para continuar caminhando até que chegue enfim a algum lugar bonito e possa descansar.
Eu acho, que certas coisas perdem a graça se forem pedidas e perdem o sentido se forem faladas. Elas têm que ser percebidas sutilmente, por aqueles que nós queremos que as percebam.
Eu não sou o tipo de pessoa que acha tudo "normal", principalmente quando se trata dos sentimentos dos outros. Não acho normal usar as pessoas, magoá-las e depois agir como se nada tivesse acontecido. Muito menos destruir a vida de alguém com palavras ou atitudes e deixar que ela se vire para se reconstruir sozinha. Podem me achar ultrapassada, mas existe uma coisa chamada respeito que deve ser usada antes de qualquer coisa! Você pode não amar, gostar e até não suportar alguém, mas se você aprendeu o significado da palavra RESPEITO, não vai fazer com alguém o que não gostaria que fizessem com você. Ponto!
Sei lá. Posso estar errada, mas acho que existe muita "falsa felicidade" por aí. Muito "falso sorriso", muito falso "eu te amo", muita falsa "vida perfeita". É claro que ninguém vai publicar fotos da briga com o namorado, da cara inchada depois de chorar horrores ou daqueles dias em que acorda de sentindo feio ou com baixa autoestima. Mas às vezes me parece que as pessoas se preocupam muito mais em provar para os outros que são felizes, do que em ser efetivamente felizes. Diante de tanta demonstração de felicidade e satisfação com a vida, às vezes me sinto um pouco fora dos padrões. Será que saiu de moda se sentir triste, chorar, ser insegura e ter umas neuras de vez em quando? Será que não se usa mais a intensidade de sentimentos e eu fui a única que ainda não percebi? Me pergunto em que mundo cor de rosa é esse que algumas pessoas vivem, e que eu desconheço.
Diferente do que muita gente pensa, minha vida nunca foi fácil. Desde que me conheço por gente lembro que a vida sempre me reservou momentos difíceis, alguma coisa sempre acontecia para realmente dificultar as coisas. Nunca passei fome, frio e sempre tive um lugar confortável para morar, é verdade, mas quando falo de dificuldades, não me refiro as necessidades básicas do ser humano. As dificuldades que passei foram outras e talvez tenham sido muito mais graves do que qualquer um pode imaginar. Talvez eu tenha feito algumas escolhas erradas ou quem sabe eu realmente não tenha tido sorte, mas sinto que passei a maioria dos momentos, inclusive os momentos mais importantes da minha vida, sozinha. Muitas vezes fiquei olhando a felicidade pela janela e me perguntando se para todo mundo as coisas são tão trabalhosas e cansativas quanto para mim. Mesmo assim, busquei sonhos, produzi, fiz tudo que pude para ultrapassar as dificuldades e lutei contra mim mesma para conseguir suportar algumas realidades que a vida me deu. Não tenho dúvidas de que aprendi muito com o sofrimento e talvez ele tenha me estragado um pouco também, mas continuo de pé, ainda enfrentando e batendo de frente com as coisas inesperadas que me acontecem. A verdade é que usei tudo isso para o bem e me propus a passar a vida ajudando pessoas que assim como eu "não tiveram tanta sorte".
Alguns sonhos deixei pra trás. Tudo bem, digamos que não os sonhos em si, mas alguns "caprichos" envolvidos nos verdadeiros sonhos. A gente sabe que nem sempre têm total controle do futuro, mas mesmo assim, quando algo não acontece como planejamos é difícil aceitar. Temos todo o roteiro pronto na cabeça: nos imaginamos imensamente felizes, satisfeitos e totalmente realizados, e repentinamente quando o trem sai dos trilhos não sabemos muito bem como agir, já que na maioria das vezes não estamos preparamos para o "plano B". Mas lidar com as frustrações é parte crucial do crescimento pessoal e se aprende com a vida. Improvisar, mudar o foco e às vezes se conformar com algumas mudanças no roteiro. Isso é amadurecer, isso é ser adulto.
Como pessoa sonhadora que sou, dou sentido a tudo que vejo e enxergo beleza em coisas que poucos conseguem perceber. Tudo para mim se torna bonito, basta olhar melhor e conseguir captar a sua essência. Ao mesmo tempo, minha sensibilidade me faz frágil, precisando ser cuidada e regada como uma flor para que possa florescer a cada dia. Acredito que na vida existem dois tipos de pessoas: as que nascem para cuidar e as que nascem para ser cuidadas. Eu sou daquelas que nasceu para ser cuidada, mas a vida me ensinou a cuidar!