domingo, 30 de janeiro de 2011

Céu.

"Aquele abraço era o céu. O céu que ela não conhecia. Um céu azul, limpinho, que se mostrava para ela a tanto tempo, mas que ela por algum motivo qualquer - ou orgulho, ou medo - nunca quis ver".

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Denovo apaixonar.

“Como me sinto? É como pular de pára-quedas! Estar caindo lá de cima lentamente e ao mesmo tempo que vejo a linda paisagem ao meu redor também sinto medo. Mas vou lhe confessar uma coisa: não tem preço sentir de novo esse frio na barriga e essa vontade louca de permanecer nos braços dele. Não tem preço sentir novamente como é o gosto de se permitir esquecer do mundo e se apaixonar”.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tenha calma.

Não vá com tanta sede ao pote, tenha calma garota! A vida às vezes prega peças, a vida engana. Não se jogue de cabeça, nem tudo é o que parece, nem tudo é como esperamos e em um segundo tudo pode mudar. Tenha cautela, dê um passo de cada vez e dessa forma será a caminhada: longa, porém consciente, assim como deve ser tudo na vida. Não se maltrate, não se culpe e me prometa uma coisa menina, só uma coisinha: Vá devagar e não se deixe iludir, se precisar chore - mas nunca, jamais, em nenhum dia dessa sua existência cheia de altos e baixos desista de ser feliz.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Um novo amor.

Mais uma vez, mais um dia, ela acordara disposta a traçar um novo começo para sua vida. Não um "recomeço" mas um "novo começo" literalmente. Estava cansada do desprazer que a vida lhe dera de presente e ela carregava na bolsa, dando uma olhadinha sempre que fosse preciso para se convencer que realmente a pertencia. Estava tanto tempo naquela situação limite que não conseguia mais enxergar uma saída, outro caminho e nem mesmo um esconderijo para se proteger. Ninguém desconfiava, mas ela passava as noites pensando em como era infeliz e em como sentia-se impotente e não-dona de sua vida. Já era tempo de fazer algo, tomar uma atitude, mesmo que precipitada - uma atitude que ela vinha planejando há anos, mas que nunca pusera realmente em prática. Tantos planos, tantos sonhos deixados na gaveta, esperando à hora certa para serem descobertos, vividos, e que agora finalmente pareciam florescer e brotar de dentro dela. Estava com medo, mas ao mesmo tempo feliz, e tinha coragem. Queria viver o amor em sua plenitude, redescobrir o gosto de se apaixonar, sentir saudades e se doar por inteiro. Agora ela estava madura e pronta para viver outro amor. Não mais com o peso da culpa, da frustração ou do arrependimento, mas com todos os sabores e dissabores tão intensos que o amor tinha de novo para lhe oferecer!     

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fragilidade.

Como fica confusa uma pessoa quando o amor já não a habita, não a pertente, nem vive nela. Como fica frágil quando a dúvida a acalenta e a indecisão a perturba, quando não sabe como e o que fazer, e já não tem certeza de seus sentimentos. Penso: "Como pode alguém não saber o que sente, como pode?" Não sei, mas sentir vontade de seguir e não saber pra onde é meu ponto forte - talvez meu ponto fraco, talvez meu destino. Como fica triste alguém que já não ama. Como fica triste uma pessoa quando sente vontade de amar, mas já não tem pra quem dar amor...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Reflexos.

Estava sozinha naquela sala e em silêncio, podendo ouvir o som da cidade quente lá fora, o som dos carros, do caos. Ouvia também um som que vinha de dentro dela, deixando o clima pesado: o som do seu vazio interior. Olhava para os prédios posicionados atrás dela, que podiam ser vistos pela janela refletidos pela tela do computador. Estavam atrás, bem perto, mas pelo reflexo pareciam tão distantes, sem vida, inalcançáveis. A luminosidade emitida pelo sol era tão intensa a impedia de vê-los com mais detalhes. Assim, curvou-se olhando para trás para reparar nos tantos prédios que ali permaneciam e começou a refletir, pensando em quantas coisas em sua vida também haviam ficado para trás - coisas importantes, que um dia foram indispensáveis, mas que hoje não passam de reflexos. Sentiu dor, tristeza e um pouco de desespero misturado com solidão. Parecia que assim como estava sozinha naquela sala - sem ninguém - estava também sozinha em sua vida, em sua caminhada - e continuou a ouvir o barulho lá fora e a ausência de barulho dentro dela, que a perturbava. Ficou pensando por alguns minutos em tudo que a vinha acontecendo, tantos sofrimentos, mudanças, perdas, e em meio a tantos pensamentos envoltos de desgraça, eis que surge uma coisa bela e encantadora - o canto de um pássaro. Ele cantava baixinho, tão baixo que ela precisava se concentrar para ouví-lo, tendo que ignorar todos os sons da cidade e a poluição sonora que a envolvia. Aquele canto suave havia surgido na hora certa, na hora mais improvável, porém necessária. Ela particularmente admirava os pássaros, pois eles pareciam representar a liberdade, a beleza, os sonhos e naquele momento para ela, mais do que isso, eles representavam a superação, o desapego, talvez o recomeço. Naquela tarde escaldante de janeiro, onde o calor é tão intenso que ninguém consegue prestar atenção nas coisas e nas pessoas a sua volta, ela se deu conta de que mesmo que tudo pareça estar infinitamente acabado, destruído e sem cor, sempre vai haver um pássaro cantando ao fundo, basta você querer ouvir.