domingo, 12 de setembro de 2010

Sobre preservar os sentimentos.

Sem hipocrisia - só a gente sabe dos nossos sentimentos. É muito cômodo falar pro outro: “bola pra frente”, “não era pra ser”, “esquece”, “vai passar”. Mas sentimentos não são como roupas que depois de velhas a gente doa ou joga fora - e vai correndo à loja comprar outra novinha em folha. Seria bom se assim fosse, prático, e confesso até bem mais divertido! Mas o problema é que estamos falando de pessoas, que sentem e vivem em função de outras pessoas, tentando todo dia fazer com que suas vidas se tornem mais felizes e suportáveis - de preferência com um toque mágico de amor. Seria mais fácil jogar no lixo aquela roupa velha e comprar uma nova no meu número, sem rasgos, cheiro de mofo e nem manchinhas. Mas quando olho pra ela lembro do quanto me foi útil e até indispensável em tantos momentos. Quantas vezes precisei sair às pressas e aquela camiseta básica e batida foi a minha salvação. Penso: “Talvez eu possa reformá-la.” Até já andei tirando as bolinhas brancas - aquelas que aparecem quando a gente guarda por muito tempo no armário. Como eu queria usá-la amanhã. Gosto tanto dela, me vestia bem e além de tudo era muito confortável. Talvez semana que vem. Antes preciso costurar uns buraquinhos que estão bem aparentes. A hora que estiver bonitinha de novo e customizada pra que ninguém repare que é aquela velha blusa de sempre, eu a visto. E quando vou precisar comprar outra? Ah, isso só Deus sabe!

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