sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Torpor.


Sem gestos, sem palavras, sem nada mais do que alguns poucos piscar de olhos, pensamentos vagos e sorrisos forçados. Por dentro nada. Só o vazio, o oco, o vácuo. Sem sentimentos de culpa, amor, desejo, saudade ou qualquer outra coisa que a fizesse sentir, lembrar. Torpor total, nem as lágrimas saíam mais. Era assim que ela se sentia naquela madrugada incomum. Era estranho ser insensível e ao mesmo tempo confortante, porque naquele momento o desespero e a tristeza não tomavam conta dela como em todas as noites. Anestesiada, dopada, era como se tivesse consumido a droga mais forte e viajado para bem longe desse mundo – e da sua realidade de dor.

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