domingo, 6 de fevereiro de 2011

Para Leonardo.

Eles falavam sobre tudo. Não havia assunto que os constrangessem, ou os calassem. Eram parte um do outro, como as nuvens são parte imprescindível do céu. Se tornaram amigos e cúmplices a partir primeiro dia em que se encontraram e mostraram um ao outro seu interior. Desde então, o sentimento só cresceu, até atingir o limite, tornando-se independente, com vida própria, alheio a vontade de ambos, existente por si só. A distância às vezes os machucava, as lembranças e a saudade doíam, mas isso não tinha importância, era pequeno perto de tudo que viveram e ainda tinham para viver. Eles não se preocupavam com o fato de estarem longe fisicamente, porque dentro deles, existia um pedacinho do outro intacto e vivo, que se renovava a cada dia. Não sabiam do amanhã, do futuro, nem de seus destinos e caminhos, apenas juravam ficar juntos para sempre e traçavam planos, mas lá no fundo sabiam que vida segue, as coisas mudam, e não há certeza quando se está vivo... Apesar de tudo, algo os confortava: saber que aquele lugar que era deles, ninguém jamais, nenhum dia iria ocupar, nem roubar. Melhores amigos, irmãos e apaixonados um pelo outro, era isso que eles eram.

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